Há alturas em que agarro em mim, me enfio no meu foguetão e parto para um espaço já distante, a anos-luz da minha existência... Revejo tudo o que gostei de ter, constelações de estrelas da vida, sistemas solares complexos mas fabulosamente belos, ga(-)láxias mágicas, nublosas coloridas pela felicidade, enfim, um Império Universal que foi meu e já não é. Em frente, lá está ele, Marte... Tenho saudades, irei a Marte para sempre...
A Marte, vou... Chego e toco no chão vermelho que me trás recordações fortes, que me trás momentos fantásticos de saudade pelo correr livre por sentimentos de alegria, mas também paixão. Navego no mar do silêncio a olhar o céu vermelho de momentos de êxtase, levado ao Monte Olimpo da loucura...
A Marte, vou... Sento os Aliens que apareceram na minha vida imperial deste meu universo e por isso sinto vontade de sair daqui... Fujo, mesmo sabendo que irei a Marte para sempre...
Regresso à Terra pela Lua, minha também já foi, onde me vejo a nadar no Mar das crises, a passear na beira do Lago do Medo, a fazer piqueniques solitários no Lago da Morte, para no fim me afundar no Pantano da deterioração. É aqui que mais me perco, na Luna Mala, na rainha da noite... Mesmo assim, sei que irei a Marte para sempre...
Ao longe vejo o buraco negro da tristeza... Tenho vontade de ir até lá e deixar-me sugar para ver como é, mas luto contra este sentimento derrotista, pois sei que ali não há mais do que já tenho, a destruição... Mesmo com tudo isto, irei a Marte para sempre...
Aterro, volto a casa... Não quero mais voltar ao meu antigo Império, a Marte, à Lua, mas sei que num daqueles momentos mais sós, agarro em mim, me enfio no meu foguetão e irei a Marte... Irei a Marte para sempre...
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